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AGOSTO VEM AÍ. E O GOLPE TAMBÉM

AGOSTO VEM AÍ. E O GOLPE TAMBÉM.

Estou entre os que acreditam que um golpe está em marcha no Brasil, com o objetivo de afastar a presidente Dilma Roussef, reeleita para o cargo há menos de um ano, com mais de cinquenta e cinco milhões de votos.
Agosto no Brasil é considerado o mês das grande tragédias políticas: Getúlio suicidou-se em agosto de 1954; Janio renunciou em agosto de 1961; Costa e Silva sofreu o AVC que o incapacitou em agosto de 1969, abrindo espaço para a tomada do poder por uma Junta Militar; JK morreu tragicamente em agosto de 1976.
Nos últimos dias o noticiário golpista até tem se mostrado arrefecido. Mas não nos enganemos, enquanto a presidente constitucional não for afastada, paz não haverá. Os golpistas estão apenas arregimentando suas forças para o ataque final á cidadela da democracia.Acho que do próximo mês de agosto minha presidente não passa. Digo minha porque votei nela duas vezes e não me arrependo.
O golpe está armado e virá de dentro do governo; do MPF, da CGU, da Policia Federal; do TRE; tudo apoiado pelos presidentes das duas Casas congressuais: Renan Calheiros do Senado e Eduardo Cunha da Câmara, os dois do PMDB.
Acredito que se for preciso o aval do STF, os golpistas o terão, com folga, quem sabe um placar de 8 a 3?
Eu que já vi quase tudo nesta minha curta existência preciso viver mais um pouco para ver o PMDB dar um golpe. Quem diria? Tancredo, Ulisses, Teotônio, Brossard, aqueles geniais democratas anti-golpistas, devem estar se revirando em seus respectivos túmulos. Tancredo deve estar sofrendo mais, vendo seu neto querido, criado por ele, chefiando as hostes dos traidores da democracia, representando com brilhantismo o papel que um dia foi de Carlos Lacerda, o maior golpista que este país já conheceu.
O golpe virá e de agosto não passa.
E como manda o atual figurino dos golpes engendrados pela CIA, não se verá um militar nas ruas, ou um mísero tanque, nem aviões sobrevoando os palácios governamentais. Os militares nesses tempos atuais não sujam mais as mãos nem seus históricos. Os golpes agora acontecem nos tribunais e nos parlamentos. Saem as fardas entram as togas e os ternos sob medida. Remember Honduras e Paraguai.
Dilma parece conformada e não esboça nenhuma reação. Ela não é Getúlio para suicidar; nem renunciará como Jânio. Talvez seja como Jango, que acreditou no general Amaury Kruel, como ela agora acredita em Michel Temer.
Ás vezes penso que Dilma prefere ser apeada da presidência. Ela sabe que em vinte anos será lembrada como heroína do povo brasileiro. Vinte anos é o espaço de tempo que geralmente duram no Brasil os períodos de exceção democrática.
Apesar de todos os avanços que o país conheceu nos últimos doze anos, a constatação que faço é a de que seguimos sendo uma república bananeira.
Ou talvez seja castigo por algum nativo ter jogado pedra naquela cruz da primeira missa, nos idos de 1500.
(LUIZ VIANA DAVID)

Luiz David

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