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“A máquina de datilografia tornou-se indispensável no mundo dos negócios e surgiu como um instrumento das novas oportunidades de emprego, sobretudo da emancipação da mulher no mercado de trabalho. Com um maior acesso à escolaridade, assistiu-se à criação de profissões femininas socialmente consideradas, em que o curso de datilografia – palavra de origem grega “dactilo” = dedo e “grafia” =escrita, isto é, a ciência e arte de digitar textos com os dedos através de um teclado, era ministrado para o uso das máquinas de escrever”. (Fonte Wikipédia)

As novas gerações, aquelas que nasceram depois de 1980 nem fazem ideia de como era difícil a vida de quem procurava alcançar novos patamares na escala social ou seja, subir na vida, através de um bom emprego; uma boa colocação, seja no comércio, nos escritórios, nas repartições públicas, bancos ou mesmo em indústrias. Sempre havia um difícil obstáculo a ser superado: a máquina de escrever. Aquela geringonça que estava em todos os lugares, ceifando carreiras promissoras de pessoas geniais, mas que não conseguiam dar cento e vinte toques no mínimo por minuto.  A prioridade de quem empregava era contratar sempre bons e rápidos datilógrafos, mesmo que o sujeito só fosse bom com a máquina e um ignorante em todas as outras matérias, mas  que no teste superou a barreira dos 120 toques e por isto foi aprovado.

Por menor que fosse a cidade ou vila, sempre havia uma escola de datilografia no lugar, com cursos que duravam no mínimo três meses e que às vésperas dos grandes e melhores concursos funcionavam até vinte horas por dia. A datilografia requeria prática e o jovem concurseiro necessitando melhorar a performance, assim que que ganhava um dinheirinho a mais fazendo bicos, logo dava jeito de comprar uma máquina usada, Remington, ou Underwood ou Olivetti, as marcas mais famosas existentes no Brasil. E as provas de datilografia costumavam ser eliminatórias, ô vida difícil! No Pará de Minas nos anos 1950 até 1990, muitas escolas de datilografia ficaram famosas, geralmente levando o nome da professora, que transformava um cômodo de sua residencia  em sala de aulas. Quem da minha geração não passou pelas escolinhas de Dona Deyse Mendes na Rua da Tabatinga; ou de Dona Mônica Capanema  na Rua Escandalosa, de dona Luzia no comecinho da Rua do Sitio, pouco depois da Gruta? A mensalidade costuma ser o equivalente a dez por cento do salário mínimo e havia turmas a partir das seis horas da manhã, com o horários estendendo até as nove da noite. Depois surgiram as escolas do Sindicato Têxtil, que nada cobrava dos filhos de operários sindicalizados que formou algumas centenas de bons datilógrafos orientados pela minha irmã Lizaura; e a escola da ASPM -Associação dos Estudantes Secundários de Pará de Minas. A escolinha da ASPM funcionava na própria sede da entidade, já no novo prédio da Câmara Municipal, na Praça Torquato nº 100. Foi implantada quando eu estive na presidência da ASPM (1973/1976), as máquinas nós ganhamos do ilustre paraminense Antonio Luiz Vilaça Mendes, que naqueles anos presidia em Minas Gerais a LBA -Legião Brasileira de Assistência. Foram seis máquinas em ótimo estado, que serviam à LBA em Belo Horizonte e foram substituídas por modelos mais novos. As instrutoras na escola da ASPM foram duas:  Nilma Duarte e Geraldina  Carvalho, que ficou na função por muitos anos. Nos anos 1980, uma amiga querida, Luzia Almeida, abriu uma escolinha em sua residência na Rua Nossa Senhora das Graças que foi um grande sucesso.

O advento da “era da informática” acabou com o reinado das máquinas de escrever. O computador que era um trambolho enorme, conhecido até então por “cérebro eletrônico”  só visto em filmes de ficção científica, foi reduzido ao tamanho de uma maleta. No começo desta era informatizada, aqueles que tinham experiência com máquinas de escrever saíram na frente na conquista dos bons empregos. Os milhões de anúncios de jornais do mundo inteiro que diziam “Precisa-se de datilógrafo(a) experiente. Mínimo 120 toques p/minuto”, passaram a sair assim: “Precisa-se digitador experiente”.  Na prática datilógrafo e digitador são a mesma profissão. As escolas de datilografia fecharam suas portas e surgiram os “cursinhos de informática”, que pouco ensinam da arte da digitação e muito das possibilidades fantásticas de um computador.  Para falar de computador será preciso pelo menos umas três crônicas mas eu prometo voltar ao assunto.

Para encerrar presto minha homenagem aos dois mais rápidos e eficientes datilógrafos que eu conheci: o saudoso Vaní da Conceição Silva, bancário e servidor de cartório; e o advogado Walter Nazareno de Lima, o Waltinho, que foi para a datilografia o que o piloto  Airton Senna da Silva foi para o automobilismo.

Luiz David

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