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LEVANTANDO A BOLA DO TRANSPORTE COLETIVO EM PARÁ DE MINAS

Levantando a bola do transporte coletivo urbano.

PREÇO DA PASSAGEM DO TRANSPORTE COLETIVO URBANO SOBE PARA TRÊS REAIS

Como usuário acho o preço exorbitante, mesmo fazendo uso do passe livre, direito concedido constitucionalmente aos maiores de sessenta anos. Não questiono a qualidade da frota da empresa concessionária, formada quase que por veículos novos. Para quem espera por um ônibus nos pontos, é visível que a quantidade deles não acompanhou o crescimento da cidade. Não apenas o crescimento geográfico com a abertura de muitos novos bairros, mas principalmente o crescimento demográfico nos bairros mais antigos. Não sei se existe legislação municipal que determine a quantidade de horários ou de número de veículos pela quantidade de habitantes de determinada região. Se existe, provavelmente está sendo burlada; se não existe, já é tempo de os vereadores se debruçarem sobre o tema e resolverem a questão de forma definitiva.

É sempre assim: o chororô é forte nos primeiros dias em que vigora o novo preço, incentivado obviamente (o chororô) pela mídia que não reza pela cartilha do governo. E tome cacete no prefeito e na sua equipe. Poucos dias depois tudo volta à normalidade, os usuários se acostumam com os vinte e cinco centavos a mais e a vida segue risonha e bela. Até o ano que vem.

A empresa TURI, concessionária do serviço, chegou ao Pará de Minas junto com século XXI, pelas mãos do prefeito Inácio Franco (2001/2006) e teve seu contrato prorrogado em 2012, pelo prefeito Zezé Porfirio, quando faltavam poucas horas para encerrar seu mandato. Aliás, quando se encerrava o período de governo fortemente influenciado pelo então já deputado estadual Inácio Franco. A boa ética recomendaria que a decisão de prorrogar ou não a concessão à TURI ficasse para o prefeito empossante, Antonio Júlio. Mas quem disse que no Brasil a boa ética é respeitada pelos governantes? Foi assim, que o atual prefeito teve de engolir goela abaixo, sem poder modificá-lo, o contrato vigente desde os idos de 2001.

O transporte coletivo em Pará de Minas carrega além dos passageiros, um defeito de origem, que prejudica o bolso do usuário, fazendo-o pagar por algo que não usufrui. Um sistema de cobrança de quase cinquenta anos, quando os limites da cidade eram muito mais próximos do centro. Foi quando implantou-se o preço único da passagem, como forma de bonificar o concessionário da época. Os pontos finais ficavam na esquina da rua Frei Henrique com Jurema; nas proximidades da escola D. Bosco; na esquina de rua Melo Guimarães com Antonio Carlos (em frente à fábrica do Sítio) e na rua Ricardo Marinho, em frente à Siderúrgica Alterosa. Em 2015, o perímetro urbano vai até o bairro de Gorduras: à Matinha; atravessa a BR 262, chega praticamente ao distrito de Ascensão. Talvez mais de noventa por centos dos passageiros que adentram um ônibus da TURI no bairro onde moram, descem no centro da cidade; mas apesar disto pagam passagem integral como se o destino final fosse os confins do perímetro urbano, às vezes dez ou quinze quilômetros adiante. É justo isto? Claro que não É como comprar um quilo de carne e o açougueiro entregar apenas meio quilo.

Está evidenciado pelas queixas e reclamações dos usuários que faltam ônibus nas linhas. A TURI não conseguiu acompanhar a demanda.

A solução pode ser a criação de uma estação central, ponto de convergência de todas linhas, com a redução do preço da passagem, que seria cobrada apenas bairro/centro e vice-versa. E a criação do bilhete único, para aqueles passageiros que vão de um bairro para outro e poderão pegar dois ônibus com um único bilhete.

Não sei quando vencerá o atual contrato da TURI com o município, mas já está passando da hora de trazer o assunto à mesa de discussões, para evitar que o mesmo seja tratado sob pressão de todos os lados. Quem sabe algumas audiências públicas, instrumento legal, tão ao gosto dos vereadores, não sejam convocadas para levantar o tema tempestivamente.

A concessionária, sempre que apresenta suas planilhas de custo, repete o mantra de que os usuários pagam pelo conforto de usarem veículos novos, de no máximo três anos, por exigência contratual. Ora, esse é um luxo que ninguém pediu. O veículo precisa ser confortável e resistente, mas não carece estar cheirando à tinta. Dá para embarcar tranquilamente num busão com cinco ou seis anos de uso. Acredito que a manutenção permanente dos veículos é mais importante do que seu tempo de rodagem. E para onde vão os veículos ao completarem três anos de serviço em Pará de Minas? A resposta é: Provavelmente para outras cidades atendidas pela própria TURI, onde a exigência contratual de veículos “zero bala” não existe, e por isto mesmo, as passagens custam às vezes a metade do que paga aqui. Ou seja, os usuários de Pará de Minas estão subsidiando as passagens em outras cidades, o que é lamentável sob todos os aspectos.

Estação Central com linhas centro/bairro e ampliação no tempo de uso dos veículos. Apenas essas duas medidas possibilitariam uma redução no preço das passagens, quem sabe, de até uns quarenta por cento.

Simples assim? Não. É como mexer num vespeiro.

De qualquer forma a bola está levantada.

Com a palavra os vereadores, a prefeitura, e as entidades organizadas da sociedade civil, tipo associações de bairro, etc. (LUIZ VIANA DAVID)

Luiz David

One Comment

  1. tem contrato? Tem então os nossos vereadores com Prefeito pode rever – ló e acredito que tem possibilidade de um ajuste porque têm cláusulas que podem ser modificada para o bem

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