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PMDB E TUCANOS PATAFUFENSES: PARCEIROS ATÉ QUANDO?

TUCANOS PATAFUFENSES

Não era para ser assim, mas os filhotes e pupilos de dr. Eduardo, se espalharam como bactérias pelo organismo da prefeitura municipal. Estão em todas as secretarias, sempre posando de competentes, assumindo a paternidade de todas as boas iniciativas, mesmo que não tenham dado nenhuma contribuição para o bom êxito da mesma. São bons de foto. Durante a crise hídrica de 2014 por exemplo, fingiram que não era com eles, deixando todo o ônus da crise cair sobre os ombros do prefeito Antonio Júlio, de quem pareciam fugir para não comprometer a imagem do deputado Eduardo. Com a vitória final de Antônio Júlio sobre a COPASA, quem apareceu na foto e ajudou a colher os louros da vitória? Eles, os tucanos.

Sintomática é a questão da secretaria municipal de Obras, um verdadeiro “calcanhar de aquiles” desde o começo da gestão de Antonio Júlio. As crises eram diárias com terrível pressão sobre o secretário, que aliás foram dois engenheiros. As más noticias chegavam à imprensa com tal velocidade que algumas delas iam ao prefeito através de repórteres. De repente, num toque de mestre, Antonio Júlio remove para a secretaria de Obras, o vice-prefeito tucano Geraldinho Cuica, grande marqueteiro, que tem a solução para todos os problemas da cidade. Político que conjuga o verbo sempre na primeira pessoa do singular: eu fiz, eu faço, eu tenho, eu, eu, eu… A secretaria de Obras parece ter se tornado uma filial da famosa Organização Tabajara, por lá todos os problemas acabaram. Mas como? Pergunta o cidadão desavisado, se a estrutura é a mesma, Ora, tucano é bom de bico e nosso estimado Cuica está se revelando um mestre.

Foi assim que uma simples operação de limpeza, tipo cata-entulho, que há décadas é realizada nos bairros pela prefeitura, virou uma espécie de obra do século. A todo momento o vice-prefeito está na midia anunciando o serviço, que é dos mais comuns, mas cujo noticiário sobre, ganha contorno de empreendimento épico. Sobre a ponte da rua Antonio Carlos ele quase não fala e quando o faz trata logo de se eximir de qualquer responsabilidade, que neste caso de fato não tem mesmo. A reconstrução da ponte começou ainda sob o prefeito anterior e se transformou numa sucessão de erros.

É o jeito tucano de ser, desde os primórdios do partido, seja no plano federal, estadual ou municipal.

Não costumo errar minhas previsões sobre a política de Pará de Minas e vislumbro dificuldades para o PMDB com o parceiro tucano em futuras eleições municipais. Em 2016 o prefeito Antonio Júlio só não será reeleito se não quiser, sendo candidato, conseguirá segurar o ímpeto de seu vice. Mas apenas AJ tem este poder, pois G. Cuica é e será eternamente grato a ele por ter levado o cavalo arriado até a sua porta em 2012, fazendo dele o vice-prefeito, numa eleição em que era considerado imbatível com anos de antecedência, independentemente do companheiro de chapa. Mesmo assim, Geraldinho só aceitou o convite depois de constatar, através de pesquisas encomendadas por ele próprio, que não teria nenhuma chance se batesse chapa contra o favorito.

Acredito que apesar do prestígio adquirido graças ao razoável trabalho e à farta exposição na mídia, Geraldinho terá problemas dentro do próprio PSDB, se tentar um salto à frente. Acontece que o secretário de Ação Social, Daniel Fioravante Barbosa, de inocente não tem nada e certamente, mesmo que negue, aspira suceder Antonio Júlio, para realizar o sonho do pai, de ver alguém da família sentado no trono municipal. Eu diria que da fruta que Geraldinho Cuíca gosta, o secretário Daniel engole até o caroço. E a fruta é apenas uma. Nesta questão a família Barbosa é intransigente e não costuma abrir espaço para ninguém. Nesta altura, os Barbosa devem pensar que Cuica se saiu melhor do que a encomenda, restringindo o espaço da família proprietária do PSDB patafufense.

Ao vice-prefeito Geraldinho sempre restará a oportunidade de se mudar para o PMDB, onde se fortaleceria politicamente e se tornaria de fato o primeiro na linha de sucessão. Seja para 2016 ou em 2020. (Luiz Viana David)

Luiz David

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