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TURISMO EM PARÁ DE MINAS. ONDE CARA PÁLIDA?

Já escrevi sobre o tema em outras ocasiões, mas o assunto “Turismo” sempre citado pelos sábios ocupantes de cargos públicos ligados ao setor nunca mereceu, em nenhuma época, a atenção que merece. Na derradeira passagem do prefeito Antonio Júlio pela prefeitura, cheguei a conversar com Secretário Luciano Pereira, apresentando sugestões que ele naquele momento considerou ótimas, mas que sequer foram, depois, merecedoras de uma análise ou de estudo mais aprofundado. Aliás, a Gerência ou Diretoria de Turismo no período 2013/2016 foi ocupada por pessoas completamente alheias ao assunto.

Pará de Minas eu já escrevi antes e repito: não conta com belezas naturais – cachoeiras,lagos,montanhas, dignos de nota. O patrimônio histórico da cidade inexiste, pois foi sistematicamente derrubado (neste caso TOMBAR é bom), posto abaixo. Igrejas, residencias centenárias, prédios e logradouros públicos, no Pará de Minas nenhum chegou a completar cem anos. A cidade chegou a criar um Conselho para zelar por este patrimônio, mas em meados da década passada o Conselho dissolveu-se quando vários conselheiros pediram demissão, contrariados pela fúria dos anti-conservacionistas, que sob o olhar complacente do prefeito de então, desfiguraram fachadas de imóveis já tombados e tudo ficou sem providências do Poder Público Municipal, que consumou a tragédia fazendo reformas absurdas na também já tombada Praça Torquato de Almeida, que não atoa na época foi apelidada pelo povo de “Cimentão”.

Naqueles anos o turismo em Pará de Minas se resumia na casa de shows “Girus”, que os frequentadores estufavam o peito para garantir que era a maior, melhor e mais confortável do interior do Brasil. E era mesmo. Mas nunca passou daquele tipo de atração que todas sabem que um dia vai passar, pois as tendencias de entretenimento sempre se renovam. A Girus está para Pará de Minas assim como o “Canecão” esteve durante algumas décadas para a cidade do Rio de Janeiro. Tudo passa. O que foi bom para aquela geração de vinte ou trinta anos passados, ficou “demodê” agora, quem duvidar que saia pela cidade numa noite de sábado. É uma tendencia mundial esta de frequentar lugares menores, longe do centro das cidades. A facilidade de comprar um veículo automotor, que seja um automóvel, ou uma motocicleta, facilitou o fortalecimento do fenômeno.

O Xis da questão em Pará de Minas está no fato de as pessoas com poder de incrementar o negócio “turismo” na cidade padecerem de megalomania e não admitirem o quanto somos, enquanto cidade, fracos no ramo. Só pensam em projetos gigantescos, que nem chegam a colocar no papel. Os grandes destinos turísticos brasileiros e mineiros, começaram pequeninos, seja que tipo de turismo for: religioso, histórico, de inverno, de verão, de comidas típicas, etc. Nós ainda não decidimos a nossa vocação, embora ela seja a mais antiga, mais visível e a mais desprezada. Lembro-me de quando esteve prefeito de Pará de Minas nos cinco últimos cinco meses do ano de 1992, o empresário Célio Duarte vislumbrou a possibilidade de formar uma sociedade com o objetivo de construir um “bondinho” aéreo, com partida local a ser definido e chegada no alto da Serra de Santa Cruz, (A serra do Cristo Redentor), nos moldes do que existe na cidade de Poços de Caldas. Uma ideia extraordinária, apesar de não ser novidade. Também não esqueço o quanto apanhou da opinião pública o coitado do prefeito interino. O projeto morreu no nascedouro. Mas pode ressuscitar, quem sabe através de empresários mais ousados com outra visão de futuro e de investimentos.

Mas sempre defendi a tese de que nicho turístico que se encaixa perfeitamente com a cidade é o turismo dito religioso. Temos tudo para incrementá-lo sem grandes investimentos e, principalmente sem participação do direta do Poder Público. Numa de suas últimas reuniões a Câmara Municipal como “Bem Imaterial” a peregrinação quaresmal promovida pela Igreja Católica, que consiste na subida da escadaria da “Serra do Cristo Redentor” de centenas de fiéis que o fazem rezando a “Via Sacra”. Coisa que começou com algumas dezenas de fiéis, agora com poucos anos, já atrai gente vinda de outras paragens, para subir também os seiscentos degraus. ´Tornou-se um fenômeno e mais e mais pessoas virão nos próximos anos.

Imaginemos ônibus, ou vans, à disposição dos fiéis ainda no alto da serra. levando-os em excursão pela cidade, em visita à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, ao Instituto Coronel Benjamim Guimarães, ao Parque Bariri, ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, à Feira de Artesanato. E principalmente à casa onde viveu o nosso querido Padre Libério. Quem sabe a Igreja (instituição) não providencia uma missa durante o dia aos sábados em Nossa Senhora das Graças, a igreja (templo) onde o Servo de Deus celebrou a Missa nos seus últimos anos de vida.
Digo com sinceridade que eu vejo o Bairro Nossa Senhora das Graças como o bairro turístico/religioso de Pará de Minas. Com lanchonetes e restaurantes para atendimento aos romeiros; pequenas lojas vendendo lembrancinhas da cidade, peças do artesanato local, essas coisas que fazem a pujança econômica de dezenas de cidades.

É um tipo de turista diferente, que não perturba nem fas barulho, no início nem poderão vir para pernoitar, pois hotéis e pensões ainda não existem por aqui em número suficiente. Mas quando a roda começar a girar tudo vai acontecer em seu devido tempo. A caminhada é longa, mas é preciso dar o primeiro passo.

E Padre Libério gostaria disto, afinal ele amou tanto nossa terra e nossa gente, que escolheu viver aqui os últimos anos de sua longa existência.

Espero que as sugestões sejam pelo menos discutidas por quem de direito, tanto nas esfera religiosa como no meio político. (LUIZ VIANA DAVID)

Luiz David

2 Comments

  1. Luiz, parabéns! Perfeito, suas sugestões devem ser discutidas com carinho, são práticas e nossa cidade divulgam sempre tudo que se refere a nossa religiosidade, turismo religioso é sem dúvida a nossa cara… Gostei!!!

  2. Luis David, reuni juntamente com jairo da Divina roda com o Roger da secretaria de esportes, falando sobre um caminho que tracei e fiz a pé saindo de Pará de Minas até Leandro Ferreira por onde padre Liberio foi pároco só em estradas de terra o percurso durou 5 dias , o custo de demarcação é baixo e tem a participação de vários municípios não houve interesse nenhum por parte da administração pública, agora estou buscando apoio da igreja que está vendo o projeto com bons olhos.

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