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UM MÊS DEPOIS, CAMPANHA ELEITORAL SEGUE MORNA

TRÊS DIAS MOLHADOS

Apenas três dias de chuva consistente e os depósitos de água da Copasa e das residencias citadinas transbordaram, levando a concessionária a suspender o racionamento.  Não se deve desprezar o fato de que grande número de consumidores adicionou novas caixas em seus domicílios, sinal de que a chuva foi abundante. Com todas as caixas cheias, agora é preciso inteligencia da parte  dos gestores para manter o nível e não deixar que se repita a tragédia que degradou a população, que chegou a ficar até dezoito dias sem o líquido. Os abençoados três dias de chuva foram absolutamente extemporâneos nessa época do ano; crente que sou, digo que foi uma benção de Deus, que decidiu dar nova chance à cidade e seu povo. Como o período normal das chuvas ainda demora no mínimo mais dois meses, até lá que todos cuidem de preservar o consumo de água. Milagres acontecem, mas não costumam se repetir. 

Pelo sim pelo não, a prefeitura de Pará de Minas segue com seus caminhões-pipa, num trabalho de reforço ao abastecimento. Já a  Copasa  tomou a perigosa decisão de suspender o emprego dos caminhões.

PIMENTA 

“Pimenta nos olhos alheios é refresco” é o que diz um antigo ditado popular. Deve ser por isso que algumas pessoas estão reclamando da decisão da prefeitura de suspender a realização na cidade  de todos os eventos de grande porte, inclusive a tradicional “Festa Estadual do Frango”. sou de opinião que a cidade sobrevive sem as festas, já sem água, todos vimos nos últimos meses que é quase impossível viver. 

Não custa lembrar que em passado bem recente, já nos primeiros anos deste século, foram realizadas festas bem jururus: tivemos exposição agropecuária sem uma vaca sequer e festa do frango sem frango.  O parque de exposições apenas servia de cenário para apresentação de artistas de sucesso efêmero, absolutamente descartáveis, empurrados goela abaixo dos frequentadores. O lado técnico dos eventos, que de fato interessa aos produtores rurais, praticamente deixou de existir, passando a ser privilegiado o faturamento na bilheteria, para alegria dos envolvidos, que faturaram MILHÕES DE REAIS no período, o que é compreensível pois ninguém faz algo para ter prejuízo. Mas, descuidados, jamais se preocuparam com a estrutura física do parque, que a atual administração encontrou semi-arruinado, depois de doze  anos de desleixo. Posso garantir que o prefeito Antonio Júlio, festeiro por natureza, muito a contra-gosto tomou a decisão do cancelamento. Se tem um apelido que o prefeito adora, é “Antonio Festinha”, que seus adversários colocaram nele  há quase trinta anos, que ele assumiu, apenas com uma ressalva: ele acha que para ser mais justo ainda  o apelido tinha de ser “Antonio Festão”. O prefeito se orgulha de ter construído o parque e de ter realizado nele as melhores festas que a cidade já viu.  Festas que ele espera que voltem a acontecer nos próximos dois anos.

Campanha eleitoral de quarenta e cinco dias

Não se tem noticia de um candidato sequer que não esteja assustado com os custos da atual campanha eleitoral. Candidato com fama de rico então, está penando nas mãos dos cabos eleitorais e o preço de um voto está sendo avaliado na casa de quarenta reais. Candidato sem uma base eleitoral segura, com fama de comprador de votos, não gastará menos de dez milhões de reais na campanha. Os cabos eleitorais perderam definitivamente o pudor e a vergonha. A situação é mais alarmante nos pequenos municípios, onde a influencia dos agenciadores de votos é maior.  Não é atoa que quase não estão sendo vistos material de propaganda eleitoral, fenômeno não apenas de Pará de Minas, pois urubu é preto prá todo lado. As campanhas devem deslanchar mesmo apenas depois do dia 15 de agosto, quando começa o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão.

Já aqueles candidatos com boa folha de serviços prestados, assíduos em suas bases, apoiados por respeitáveis lideranças municipais, estão encontrando mais facilidades na conquista do sufrágio popular, ainda que sem dinheiro farto. A lógica do cabo eleitoral é simples: ele cobra caro pelo apoiamento porque sabe que nos próximos quatro anos não verá novamente o candidato. Qualquer demanda que tiver no período e ele será, no máximo, recebido por um assessor do deputado, se é que o candidato conseguiu se eleger. Por outro lado, o cabo eleitoral sabe que o candidato mais despossuído, digamos assim, tem o maior interesse de, no exercício do mandato, atender os pedidos dos correligionários.  A questão é: ou o Congresso Nacional faz a reforma política e eleitoral já em 2015, ou em mais duas ou três eleições os parlamentos serão compostos apenas por diletantes políticos, miliardários, sem nenhum compromisso com a população. Então, terá sido implantada no Brasil uma autêntica PLUTOCRACIA, que não tem nada a ver com o cachorro do Mickey Mouse, mas é sim, o governo dos ricos para os ricos.

 

 

Luiz David

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