VALE E GENI (aquela Geni)
Na terça-feira passada eu já tinha a informação de que a Vale vai perfurar poços artesianos quantos forem necessários na cidade de Pará de Minas. Hoje o prefeito disse em entrevista à imprensa local que caso a situação se agrave, a prefeitura e a concessionária poderão adotar o sistema de rodizio na distribuição da água à população; ou comprar água do SAAE em Itaúna, que tem um excedente de mais de 200 litros por segundo, suficiente para resolver o problema de Pará de Minas; ou perfurar os poços artesianos. Qualquer que seja a opção, a poderosa VALE pagará a conta.
Eu acredito que a preferência será pela perfuração dos poços; e até que eles entrem em produção a alternativa SAAE itaunense poderá ser aplicada. Não acredito em rodizio, primeiro por que a concessionária AGP teme ficar maculada com uma solução de problema que ela não criou, mas precisa resolver; segundamente, por que o prefeito de Patafufo City não suporta pressão e costuma adiar as soluções de problemas que ele também pode julgar prejudiciais à sua imagem; terceiramente, a concessionária tem um fôlego de até quatro meses até que se encontre uma saída, pois os mananciais alternativos estão derramando boa água, literalmente.
Neste ponto é que deve aparecer o trabalho dos vereadores na fiscalização de todos os envolvidos, pois, o que vou dizer pode até parecer sacrilégio, mas a poderosa VALE está fragilizada e fazendo qualquer tipo de acordo para evitar novos processos na justiça. Se disserem à VALE que a cidade precisa de cem poços de artesianos ela vai discutir um pouco e acertar a perfuração de setenta e na verdade menos da metade produzirá água, por diversos motivos. Se a opção for pela compra de água do RIo São João, via SAAE itaunense, não se sabe quantas dezenas de caminhões serão contratados para fazer a ponte hidro-
rodoviária e a que preço por quilometragem. Nestas ocasiões os preços vão às alturas.
Chegou a hora da ARSAP mostrar serviço e também ficar de olho em qualquer transação, tenebrosa ou angelical..
Sinto no ar um desejo ardente de muitas pessoas querendo que a lama do Córrego do Feijão chegue abundantemente à captação de Córrego do Barro. E isto não é joguinho de palavras. É a regra do jogo capitalista, duro jogo. A desgraça maior já ocorreu com centenas de pessoas assassinadas, desalojadas, desempregadas; e o meio-ambiente irreversivelmente agredido. O culpado de tudo é a VALE, este ser sem rosto, mas com braços longos e poderosos. Então, que a VALE pague, de preferência caro, por todo o mal causado pela omissão de seus diretores.
Lembram-se daquela música do Chico, que fala de uma personagem chamada Geni? Pois então, a VALE é a Geni da hora e vale (sem trocadilho) jogar tudo nela: pedra, bosta, vale cuspir nela, bater até, como reza a letra do Buarque.
E a região de Córrego do Barro, hein ? De repente todo mundo preocupado com os pescadores, com os horti-fruticultores, com os trabalhadores rurais da região. Espero que o povo do lugar se organize e exija no mínimo o asfaltamento da estrada, sempre abandonada e esburacada. Podem exigir, quem vai pagar a conta será a VALE.
