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VOCÊ SABIA? PARA FICAR SABENDO LEIA O ARTIGO. POLÍTICA & POLÍTICOS PATAFUFENSES.

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a rede de assistência social de Pará de Minas não é criação dos tucanos locais. Quem ouve pronunciamentos e declarações dos secretários municipais Barbosa Filho e Geraldo Cuica, sobre o relevante tema chega a se empolgar com o palavrório das duas excelências. Mas não passa disto, palavrório.
Serviços de assistência social conhecido pelas Siglas CRAS, CREAS, CENTRO POP, CAD ÚNICO, BPC, BF, são partes integrantes do SUAS -Sistema Único de Assistência Social, resultado de um grande pacto nacional urdido há dez anos, que buscou livrar as populações carentes e/ou em situação de risco da política clientelista e da filantropia equivocada e mal intencionada. O governo federal, que de fato paga as contas do SUAS quase nunca é mencionado; em Pará de Minas muito menos. Aqui, o pai da matéria segue sendo o “nosso” deputado Eduardo Barbosa, que aliás na Câmara Federal é opositor do governo Dilma, como já havia sido no período Lula. Aliás, penso que cumpre o papel dele, como parlamentar do partido de oposição. Com um representante assim na Câmara Federal, o município deixa de ter acesso a importantes recursos da União. Barbosa faz o tipo que não gosta de se comprometer, continua no fundo do plenário, figurante do baixo clero, mesmo depois de vinte anos de presença naquela Casa. Seu compromisso com Pará de Minas se limita a apresentar emendas ao Orçamento federal. Aprovadas as emendas, o prefeito que se vire para conseguir a liberação dos recursos previstos.
Graças ao prefeito Antonio Júlio, com seu prestígio pessoal, contatos e amizades no Distrito Federal, boa parte das emendas barbosistas, digamos assim, têm sido viabilizadas.

Na prática, os mandatos de Eduardo Barbosa, apesar de o prefeito Antonio Júlio generosamente dizer o contrário, não renderam grandes frutos ao município. Salvo a suas reconhecidas ações em favor da APAE patafufense. Mas as carências da população não se resumem na assistência às pessoas que dependem daquela nobre instituição. Não é atoa que votação do parlamentar em sua principal base eleitoral vem caindo a cada eleição. Em 1994, quando disputou pela primeira vez, obteve 65% dos votos de seus conterrâneos. Nos pleitos subsequentes o índice foi caindo até chegar aos vinte por cento de 2014. O povo sempre esperou mais dele, mas vai se cansando da palavra fácil. E estéril.

Os liderados de Barbosa podem alegar que mais ele não fez porque há doze anos está na oposição. Não custa lembrar que no período FHC, quando ele era governo, pouca coisa aconteceu aqui em Pará de Minas, feita pelo governo federal. A bem da verdade, deve-se dizer que no primeiro mandato do deputado (e de FHC) ele permaneceu pouco tempo em Brasilia. Empossado em janeiro de 1995, poucos meses depois Barbosa estava secretário de estado da Ação Social, na antiga SETASCAD. Na época aquela pasta era considerada a menina dos olhos do governador Eduardo Azeredo, também tucano. Foi uma surpresa a nomeação de Eduardo Barbosa para a SETASCAD. Comentários nos bastidores e na sala de imprensa da Assembléia Legislativa, davam conta de que o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso teria ligado para o governador Azeredo, pedindo que trouxesse o deputado de Pará de Minas de volta ao estado. Como um deputado só pode se licenciar do mandato para ocupar ministérios ou secretarias estaduais, o governador Azeredo acabou por encaixar seu xará na SETASCAD, para alívio do presidente FHC.

Mas porquê tanta ojeriza presidencial ao parlamentar patafufense? É que em 1995 o Brasil vivia momentos cruciais de fortalecimento do Plano Real, criado por Itamar Franco um ano antes. Entretanto, mesmo sendo do PSDB, o deputado Barbosa vinha votando sistematicamente contra matérias importantíssimas para o governo. O jeito foi retirá-lo do plenário. Na prática, Barbosa caiu para cima. Pois como secretário de estado soube se fortalecer e fundamentar as bases eleitorais que lhe dão sustentação ainda hoje, vinte anos depois. Em certas situações, ser secretário de estado da mais prestigio e força política do que ficar esfregando o traseiro numa cadeira legislativa. Não é atoa que deputados sonham sempre com uma vaga no secretariado ou no ministério.

Mas porquê Eduardo Barbosa votava contra propostas do governo FHC? Bom, talvez pelo fato de um dia ter sido adepto do partido da estrelinha, o PT. Os mais antigos militantes políticos de Pará de Minas, nunca vão esquecer que o deputado foi o coordenador em Pará de Minas da campanha presidencial de Lula, em 1989. O comitê de campanha lulista ficava na Rua Francisco Sales,85, na esquina de Rua Feliciano de Abreu. Barbosa, na época médico da prefeitura e presidente da APAE, podia ser visto agitando entusiasticamente a bandeira vermelha do PT sobre os carros que passavam na movimentada via.

Pelo menos não apoiou Fernando Collor. Isto nós temos em comum, pois em 1989 eu orgulhosamente votei em Ulisses Guimarães. No segundo turno segui a orientação de Eduardo Barbosa e “lulei” pela primeira vez.
(LUIZ VIANA DAVID)

Luiz David

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