ANÍBAL DE MELO

ANÍBAL DE MELO
Foi sepultado no cemitério de Pará de Minas, na tarde de terça-feira, 5 de julho, o corpo do comerciante, fazendeiro e produtor rural Anibal de Melo, falecido durante a noite anterior. Ele tinha noventa e dois anos, deixa viúva dona Zélia, filhos, netos e bisnetos.
Um homem de bem, que teve intensa participação na vida política de Pará de Minas nas décadas de 1950/60/70, cuja principais virtudes foram a cordialidade e a capacidade de mediar conflitos. Foi um agregador. Participou ainda jovem da fundação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Pará de Minas (atualmente COPARÁ, da qual foi presidente) e da Sociedade Rural que deu origem ao Sindicato Rural de Pará de Minas. Politicamente foi filiado à UDN, até a extinção do partido em 1965, quando integrou-se à ARENA-ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL, cujo diretório presidiu em Pará de Minas por muitos anos. Candidato natural a prefeito pela UDN em 1966, com a extinção dos partidos um ano antes, por força do Ato Institucional número 2, trabalhou pelo fortalecimento da ARENA, abriu mão de sua candidatura e aceitou a indicação para disputar a eleição como como candidato a vice-prefeito na chapa arenista, afinal vitoriosa, encabeçada pelo candidato José Porfírio de Oliveira (o pai). No exercício do cargo foram inúmeras as contribuições do vice-prefeito Aníbal, para o sucesso da administração que consagrou José Porfírio.
Se politicamente Aníbal de Melo foi um conservador, no círculo familiar agiu sempre com liberalidade, não reprimindo a orientação política de seus filhos, flagrantemente oposta à do pai. Um dos filhos, José Júlio, foi o fundador do diretório do PT em Pará de Minas e seu presidente nos primeiros anos. Em 1982 José Julio concorreu ao cargo de prefeito. Outro filho, Marco Túlio, engenheiro, também filiado ao PT, alcançou a presidência do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura -CREA MG, e depois do CONFEA. Uma das filhas, Valéria, também petista, foi vice-prefeita da cidade de Ouro Branco-MG. Por outro lado, o filho Juarez de Melo, co-fundador e diretor da cooperativa de crédito ASCICRED, é um filiado ao DEM, partido sucessor da ARENA.
Durante muito anos Aníbal de Melo manteve uma loja de produtos e implementos agrícolas na rua Tenente-Coronel Roberto, no centro da cidade, que era ponto de encontro de seus inúmeros amigos, que lhe admiravam a inteligencia e a postura pessoal.
Há poucos meses visitei Aníbal de Melo em sua residência no bairro São José. Recebeu-me festivamente. Minha intenção era obter dele uma entrevista, onde ele falaria da época em que militou na política. Mas já não se lembrava mais de muitas coisas. Mas a tentativa valeu pelo prazer de poder conversar com dona Zélia, minha amiga desde os tempos em que trabalhou no Cartório Eleitoral da comarca, quando eu começava a engatinhar na militância política, idos de 1973. Aliás, um dos meus companheiros de luta nesta época o JJ, o filho José Júlio, já mencionado, que inclusive participou da diretoria da ASPM, que eu tive a honra de presidir (1973/76).
A última vez que o vi, foi há menos de três meses, na fila de vacinação contra a gripe H1N1, mas aí ele já não me reconheceu
Descanse em paz, sô Aníbal.