Pará de Minas já teve animadas noites de “queima do Judas”. Agora não mais. Quem seria o Judas de 2017, são tantas as opções: Michel Temer, Aécio, Lula, Dilma, Renan, quem?
Mas o Testamento está pronto. Versos pobres, rimas fracas, bem ao estilo “tempos antigos”. Confiram.
Cada leitor pode completar acrescentando novas estrofes. Sem apelação.
I
Vou-me embora deste mundo
Que para mim foi cruel
Deixo ao povo do Pará
Esta folha de papel.
II
Não é uma folha atoa
É um documento real
Onde deixo os meus bens
Para um certo pessoal
III
Aos meu queridos herdeiros
Que os escolhi a dedo
Deixo tudo o que era meu
Sem remorso e sem medo.
IV
Ao deputado Barbosa
Que tem amigos treteiros
Vou deixar a minha bolsa
Com aqueles trinta dinheiros
V
Para o Osvaldo Bebé
Provedor do Hospital
Vou deixar o meu cofrinho
vazio de capital.
VI
Para o José Mizael
Presidente da ASCIPAM
Deixo algumas cuecas
E umas meias de lã.
VII
Para Aninha Campos
Diretora do Museu
Deixo minha lapiseira
E uma foto do Abreu (Ovídio de)
VIII
Para Antonio Júlio
Meu amigo até o fim
Deixo uma faixa escrita
Não se esqueça de mim.
IX
Ao Rodrigo Varela
Que está fazendo o nome
Por ser muito tagarela
Vou deixar meu microfone.
X
Ao Marcílio vereador
Prá não ficar com ciúme
Deixo com todo prazer
Meu vidrinho de perfume.
XI
Aos velhinhos da Paladar
A turma da Padaria
Fica a caixa de Viagra
Pensem só na alegria
XII
Para o prefeito Elias
Nada pretendo deixar
Ele que sabe tudo
Também sabe onde buscar.
XIII
Para o vice-prefeito
O operante Zezé
Deixo a pomada Minâncora
Pará acabar com o chulé.
XIV
Para o Padre Gabriel
Sacerdote de valor
Deixo um pula-pula
Prá subir ao Redentor
XV
Para o Márcio Tomba-Lobo
Que cumpre sempre o horário
Deixo o diploma que quis
De cidadão honorário.
XVI
Para o radialista
Amilton Maciel
Eu vou deixar a peruca
do velho Papai Noel.
XVII
Para o Mário Viana
Do Pelota irmão caçula
Eu já mandei restaurar
A foto dele com Lula.
XVIII
Ao Antonio do Pizzaiolo
Que acha tudo ruím
Vou deixar um megafone
E um prato de pudim.
XIX
Para o Edson Borracha
Que nunca esquenta a cabeça
Deixo um pente novo
E que ele não padeça.
XX
Ao César da UNIMED
Que foi grande centro-avante
Não ia esquecer o amigo
Deixo um rolo de barbante.
XXI
Vou ficando por aqui
Neste longo testamento
Deixando a camisa do Galo
Ao Paulinho Nascimento.
(LUIZ VIANA DAVID)
Para o Luiz David, deixo uma caneta encantada, para que mesmo na velhice ele não esqueça nada…. Adorei… O momento mais esperado por mim quando criança era o testamento do Judas… E que já faz décadas. (Coloquei o tempo para que o autor acima não tivesse chance de colocar, ele é maldoso,rsrsrsrsrsrsr)
É Luiz vc me fez voltar aos tempos de criança, quando me divertia muito com o testamento do Judas lá na Praça Independência, muito próximo da casa de meus pais, como vc bem sabe. Era muito legal ver o Judas chegar no caminhão e fugir na hora da chegada, correndo no meio do povão. Que saudade. Parabéns Luiz pela lembrança.