Contra a histeria: os 7 mitos da eleição
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O tucano Aécio Neves lançou sua campanha no 2.º turno em Pernambuco, onde recebeu o apoio da viúva e dos filhos de Eduardo Campos, candidato a presidente pelo PSB até agosto, quando morreu em um acidente aéreo. Os líderes do PSDB esperavam que a família Campos e a máquina do PSB no Estado proporcionassem uma vitória a Aécio no Nordeste, assim como já havia ocorrido com Marina Silva, primeira colocada em Pernambuco no 1.º turno.A estratégia não deu resultados. Aécio teve entre os pernambucanos apenas 29,8% dos votos, resultado próximo da média que obteve em todo o Nordeste: 28,3%. O tucano ganhou em apenas uma cidade pernambucana: a pequena Taquaritinga do Norte, onde obteve 7.340 votos, 432 a mais do que a presidente Dilma Rousseff (PT). Em Recife, onde Marina havia obtido 63% dos votos no 1.º turno, Dilma venceu na segunda rodada da disputa por 60% a 40%.
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Ao fim de todas as eleições, analistas correm para declarar que cerca de um quinto da população decidiu não votar. O número se baseia na abstenção divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou seja, os eleitores que não foram às seções eleitorais. Historicamente, a abstenção gira em torno de 20% e o número não varia muito de eleição para eleição.Essa análise é falha porque atribui às abstenções um peso político maior que o que de fato têm. Isso porque o suposto não comparecimento às urnas tem mais a ver com uma falha no cadastro eleitoral do TSE que com a falta de engajamento político. A abstenção foi menor em 2014 precisamente nos municípios que passaram recentemente pelo recadastramento biométrico — em que os eleitores registram na Justiça Eleitoral suas impressões digitais. O recadastramento remove da lista do tribunal eleitores que já morreram, e que, naturalmente, não podem aparecer para votar.