0

POLÍTICA EM PARÁ DE MINAS

A VIDA CONTINUA

A trágica morte do candidato a presidente da república Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, abalou a população brasileira e, nos meios políticos teve o efeito de um tsunami, pois muda tudo na corrida presidencial. Ainda sob o impacto do infausto acontecimento, hoje os brasileiros buscam  retomar  o ritmo de suas vidas. Politica e eleitoralmente o PSB, partido do candidato morto, tem dez dias para substituí-lo na chapa. Mas todas as outras campanhas seguem sendo tocadas normalmente, afinal, faltam apenas cinquenta e dois dias para as eleições. É como gosta de repetir o radialista Jesus Geraldo “bola prá frente que atrás vem gente”.

PREFEITO ANTONIO JÚLIO NÃO ALISA

Preocupado principalmente com a boa gestão do município, o prefeito Antonio Júlio tem tomado decisões que, curiosamente, deixam exultantes seus adversários políticos e ao mesmo tempo incomodam seus correligionários. A menos de dois meses das eleições, o prefeito demitiu nada menos do que aproximadamente duzentos servidores públicos, com o objetivo de reduzir o peso da folha de pagamento na arrecadação municipal, que atingiria o limite no próximo mês de outubro. Ao mesmo tempo, deu carta branca ao secretário da fazenda, José Luiz Ricardo, para que procedesse à cobrança por via  judicial, dos contribuintes em atraso com a prefeitura. Neste caso o prefeito lembra que recentemente concedeu anistia aos inadimplentes, de até noventa por cento do valor das multas, além de autorizar o parcelamento do restante e do principal em até trinta e seis meses.  AJ costuma dizer que apenas cumpre rigorosamente o que prescreve a Lei de Responsabilidade Fiscal. Experiente, não quer repetir erros de seus antecessores, que por irresponsabilidade e leniência, continuam respondendo na justiça e no Tribunal de Contas, por erros cometidos nas duas últimas décadas. Engajado nas campanhas de Dilma Roussef/Michel Temer; F. Pimentel/Toninho Andrade e do vereador Marcilio a deputado estadual, o prefeito tem dedicado quase todo o seu tempo pós expediente a pedir votos para seus candidatos. Tomando todo o cuidado para não ultrapassar a linha que demarca a sua condição de prefeito e a de principal cabo eleitoral de Pará de Minas. Nos próximos finais de semana Antonio Júlio estará visitando suas antigas bases eleitorais espalhadas por Minas Gerais, levando a tiracolo o candidato Marcilio. O prefeito acredita que Marcilio conta com grande possibilidade de vir a ser um dos trinta parlamentares que a coligação PMDB/PT/PR/PROS espera eleger. Cálculos otimistas estimam que nesta aliança, pelo menos dois candidatos seriam eleitos com votação na casa de trinta e cinco mil votos. Esse é o número de votos que os apoiadores de Marcilio esperam.

ISRAEL   X  HAMAS

Outro dia um veterano líder comunitário de Pará de Minas fez curiosa observação sobre a campanha eleitoral na cidade. Aproximou-se deste blogueiro e disparou “a disputa do Marcílio com o Inácio Franco está parecendo a guerra do Hamas contra Israel. O Marcílio atira com uma espingarda de chumbinho e o Inácio responde  com um canhão enorme”. Faz sentido a observação. Nunca como agora ficou tão caracterizada a famosa campanha “do tostão contra o milhão”. Para cada carro de som que coloca na rua, o vereador/candidato vê o adversário colocar no mínimo três. A cada moça que contrata para as visitas domiciliares, Marcilio topa com outras três do adversário. Na publicidade visual então é um massacre, na proporção de 10 X 1, na quantidade banners, placas e faixas.. O candidato do PV, a exemplo de Israel, usa de uma força desproporcional, que parece ter o mesmo objetivo de esmagar o adversário. Corre porém o risco de ver o adversário angariar a simpatia popular, pois a tendencia em situações como essas, é ficar ao lado do mais fraco.

VIDA DURA

Mesmo que não admita publicamente, o deputado estadual Inácio Franco sabe que esta campanha está sendo a sua mais difícil dentre todas as outras seis que já disputou. Seu partido, PV,  não conseguiu se integrar ao blocão do governo, que deverá ter candidatos eleitos com votação inferior a sessenta mil votos.  No caso da coligação PV/PDT a vida está dura para os candidatos. Presume-se que tal aliança irá eleger entre cinco e seis parlamentares e neste ponto começa a preocupação do deputado  patafufense. São candidatos na chapa pelo PV: Tiago Ulisses (103.677 votos; Agostinho Patrus Filho (93.656);  Heli  Tarquínio (85.973); e ainda  Gilvan de Pinho, presidente do Cruzeiro, que todos esperam  que tenha  votação na casa dos cem mil votos. . Pelo PDT os candidatos favoritos são: Sargento Rodrigues (94.312 votos); Alencar da Silveira (68.709). A torcida de todos os candidatos, até mesmo daqueles que eventualmente não são cruzeirenses, é para que a “raposa”  se mantenha na liderança do campeonato nacional pelo menos até às eleições, elevando assim, às alturas, o prestigio de seu presidente, que em caso de votação espetacular, contribuirá para o aumento de pelo menos uma cadeira dentre as que serão conquistadas pela aliança PV/PDT. Inácio Franco aposta certamente no “fator Gilvan”  e enquanto isso trabalha como nunca, ou põe para trabalhar, sua equipe de assessores e cabos eleitorais.O grande problema da aliança é que além dos já citados candidatos, os demais integrantes da chapa não têm potencial para votações expressivas, acima de vinte mil votos, o que na soma do quociente a prejudica.  Com 63.662 votos conquistados em 2010,  sabe que precisará de um aporte de no mínimo outros trinta mil votos, para respirar aliviado na tarde/noite de 5 de outubro.   O deputado não quer passar novamente pelo sufoco do último pleito, quando por pouco não perdeu a cadeira conquistada em 2006. Por isso joga pesado em Pará de Minas, não quer dar chance para o azar na cidade, onde sua votação pessoal e de seu grupo político,vem caindo a cada eleição.

VIDA FÁCIL

Na disputa por uma cadeira na Câmara Federal o deputado Eduardo Barbosa (PSDB) pelo menos em Pará de Minas navega em águas mansas. Parece não acreditar (nem ele nem seu grupo político), que o antigo correligionário Vilson Antonio, o Vilson do Padre Libério, possa fazer estrago maior em sua candidatura, do que o feito em 2010 pelo médico e vereador Paulo César, que arrebatou nada menos do que dez mil votos na cidade.  Otimista, Vilson do Padre Libério acredita que pode ter votação superior mesmo a vinte mil votos. O que poderá complicar um pouco a vida de Eduardo Barbosa é a dissidência do PMDB que insiste em ter um candidato do próprio partido em dobradinha com Marcílio Sousa. Pressionado diariamente pelos correligionários, o prefeito Antonio Júlio que pregava a neutralidade  na disputa pela Câmara Federal, já dá sinais de não poder conter por mais tempo o surgimento de um candidato apoiado pelos companheiros.

Luiz David

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.